Goa e Macau: a inscrição da identidade: nas línguas, literaturas e culturas (Mapas Esquivos) (Portuguese Edition)
Por razões sobejamente conhecidas, Macau e Goa sempre surgiram de certo modo associadas no nosso imaginário, constituindo com Timor os polos mais orientais daquilo a que se chamou o Império Português, algo que terminou completamente em 19 de Dezembro de 1999, aquando da entrega da Administração de Macau à China e a instalação da Região Administrativa Especial de Macau, quase quarenta anos depois da integração do próprio “Estado da Índia” (Goa, Damão e Diu) na República da India, que se tornara realidade em 1950.
Quando referimos a identidade inscrita nas línguas, literaturas e culturas de Goa e de Macau, temos de ter em conta que se trata de processos diferentes e de realidades diferentes.
Foram diferentes os modelos de colonização que, em Macau, não terá sido. Diferentes foram também as comunidades de “língua portuguesa” que em Goa e em Macau se formaram, pese embora o facto de uma boa parte da comunidade macaense dever a sua origem a Goa, onde a miscigenação, “arma” poderosa da política colonial, teve um sucesso que não se verificou do mesmo modo em Macau.
Temos, pois, duas identidades diferentes entre si, espelhadas também de modo diferente nas respectivas literaturas, embora usuárias da mesma língua e com elementos comuns no seu passado.